Uso de resíduo da uva como ingredientes na nutrição pecuária.
Em ruminantes, esse resíduo tem sido alvo de recentes estudos com vários finalidades, os os quais mostram ter diversos efeitoss positivos:
-Menor dependência de cereais comuns no sistema de produção;
-Redução de emissão de CH4;
-Maior eficiência na utilização de nitrogênio;
-Modulação da resposta inflamatória;
-Incremento da imunidade;
-Melhora no status antioxidante no figado, intestino e sérico;
-Aumento da vida de prateleira da carne;
-Modulação do perfil de ácido graxos da carne.
Além da ótima relação custo-benefício, resíduos agroindustriais podem conter, em sua composição, compostos bioativos, que mostram ter capacidades funcionais ao organismo animal (SANTANA-MÉRIDAS et al. 2012).
Visto com bons olhos pelos pecuaristas, a inclusão de resíduos agroindustriais na nutrição de ruminantes vem tomando espaço, sendo umas das estratégias alimentares em mais de 70% das fazendas brasileiras que possuem confinamento.
O QUE É O RESÍDUO DE BAGAÇO DE UVA (RBU)?
O RBU, é gerado após a prensagem dos cachos de uva durante a produção de vinho, sucos e seus derivados. Neste processo são gerados cerca de 200g/kg da massa total de uvas processadas em resíduo. Sua composição de partículas comumente possui em torno de 473g/ kg de casca, 277g/kg de talos e 250g/ kg de sementes no bagaço in natura. De modo geral, este resíduo é caracterizado pela alta concentração de fibras e sua baixa digestibilidade, assim como grande quantidade de extrato etéreo. Contudo, podem sofrer alterações de acordo com mudanças nas participações das partículas.
Para garantir o sucesso na utilização do RBU na alimentação animal é necessário bom planejamento, armazenamento adequado e o uso com critério, obedecendo suas fraquezas e limitações nutricionais. Além disso, como ponto crucial é necessário a verificação da disponibilidade e sazonalidade do produto.
Reinventar-se nutricionalmente é um dos grandes desafios dos profissionais que trabalham com nutrição de bovinos de corte. O aumento na alimentação confinada demandou e demanda de novas técnicas e metas para otimizar o processo e garantir o sucesso até o produto final.
Por fim, salienta-se que o uso deste resíduo da uva, como qualquer outro resíduo, indispensavelmente requer de conhecimento, cautela e critérios, para que possam realmente alcançar os objetivos propostos na utilização, sendo necessária uma análise de custos, para verificar a viabilidade econômica e possibilitar a pecuária sustentável.